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Ai que pena de ir dormir,
ai que dor me despedir
desse mundo acordado
tudo o que havia de vir…
É noite e quando chega a noite
já nada, nada mais dá certo.
E a alma trêmula de frio
deixa o corpo todo a descoberto…
Pobrezinho do meu corpo,
assim sem alma, sente frio.
Fica querendo de volta
a alma cálida de estio…
E afogar os pensamentos
num inexorável rio.
(Clara Cruz)