vamos chover?
I
O meu corpo
é um poema aprisionado.
Alheio a mim
e incônscio de si,
enche-se de ar
(linguagem reprimida…)
e incha
incha
até que por fim arrebenta-se em versos
para tudo quanto é lado.
O meu corpo
é um poema libertado.
II
A pulsão de morte atravessa meu corpo
e ele se incha como um balão…
A pulsão de morte deixa meu corpo,
e o balão se esvazia…
O meu corpo
é um poço de sabedoria muda.
(Clara Cruz)